Blog destinado a assuntos sobre experiências e vivências trans e não-bináries, e postagens sobre meu universo particular.
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
Com amor, Guizo
sexta-feira, 25 de dezembro de 2020
Feminícidio, por que é importante falar sobre isso?
Nesta véspera de Natal a juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi foi assassinada na frente das filhas pelo ex-marido.
Devido a inúmeras ocorrências de ameaças, a juíza possuía escolta armada, no entanto, atendendo a um pedido da filha, que disse que o pai não era bandido, pra ela precisar de escolta, acabou liberando seus seguranças e o ex-marido aproveitando-se da situação a esfaqueou e a matou na frente das filhas. Não vou colocar os detalhes aqui para evitar gatilhos, mas foi brutal.
domingo, 20 de dezembro de 2020
Vamos falar sobre suicídio
sábado, 19 de dezembro de 2020
Família e amizade não se escolhe?
O ideal de familiaridade é datado de muito antes da criação da própria sociedade. Engels relata que a estrutura familiar existe desde tempos em que os seres humanos viviam em cavernas. Outros teóricos afirmam que os grupos hominídeos demoraram para criar esse conceito, mas quando o fizeram foi definitivo, pois antes dele, os indivíduos não tinham laços familiares, eram pertencentes ao grupo, todos cuidavam de todos, porém, após a definição de pequenos núcleos dentro do grupo, os indivíduos passaram a se perceber como progenitores e proles, e então estabeleceu-se esse núcleo que hoje chamamos de família.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2020
Inclusão do nome social X Retificação da certidão
Bem, antes de começar o texto que realmente importa, quero explicar o porquê de produzi-lo. Eu usava nome social desde 2014, porém, nunca havia oficializado nada em documentos, a primeira vez que isso aconteceu foi quando fiz minha carteirinha do SUS para participar do programa de atendimento trans. Daí pra frente, nasceu a enorme necessidade de torná-lo oficial.
Agora vamos ao que interessa.
domingo, 29 de novembro de 2020
Cartas de Sangue
Esse livro traz diversos contos sangrentos e imersos em suspense.
A escrita é fluida e prazerosa, apesar da complexidade dos temas abordados.
Cada conto nos faz refletir sobre o mundo lá fora, que nós e diversas outras pessoas encaram cotidianamente. Nos coloca numa posição empática devido ao sofrimento das vítimas.
O impressionante, é que cada conto é perfeitamente cadenciado, cada um possui uma atmosfera própria e te envolve de distintas maneiras.
É um livro que contém alguns gatilhos, mas merece ser lido e discutido, pois a vida imita a ficção.
Procurem por @Erik Nunes Escritor no facebook, ou no site da Editora Immortal e tenham acesso a outras obras dili.
Beijos da Pri!!!
sábado, 28 de novembro de 2020
Como lidar com não-bináries?
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
Semana da conscientização transgênero
Normalmente observada durante a segunda semana de novembro, antecede o Transgender day of remembrance, que homenageia as vítimas de violência transfóbica. O TDOR ocorre em 20 de novembro, quando defensores das causas trans procuram aumentar a conscientização sobre pessoas trans por meio de atividades de educação e defesa. O objetivo da semana de conscientização e do TDOR é conscientizar a população a respeito das vivências trans e de todas as monumentais barreiras que essas pessoas enfrentam na sociedade.
terça-feira, 10 de novembro de 2020
Fictesia
Fictesia é uma antologia de ficção científica e fantasia. Os contos compõem um universo repleto de mistérios, progressos, conflitos e conspirações. É emoção do começo ao fim. Tem perseguição, investigação, caçada, romance, conflitos, batalhas épicas, conspirações e mistérios de fazer a cabeça explodir.
Diversos contos da antologia possuem metáforas relacionadas à transição, população trans, superação, e sobre as discussões de gêneros. Uma infinidade de personagens possuem gêneros diferentes do que está posto na heterocisnormatividade, e tudo tratado com responsabilidade e nítido carinho.
Fictesia é a materialização de um projeto que tem como objetivo trazer representatividade para populações invisibilizadas e também fortalecer e divulgar a literatura nacional, assim como autores que possuem a mesma preocupação. A maioria dos autores são LGBTQIAP+ e são engajados na causa, isso é refletido na qualidade da obra em relação às informações e as temáticas que são abordadas.
Tratando-se de um livro de ficção científica, traz diversos aspectos da literatura clássica do gênero, tal como: conflitos espaciais, expansão dos territórios humanos, reflexões a respeito do consumo dos bens naturais, tecnologias avançadas, e problemas burocráticos ainda mais ridículos do que já temos. Cada conto possui uma mensagem forte em suas entrelinhas, e tem como intenção ajudar os leitores a refletirem sobre o presente e sobre o futuro.
Personagens cativantes, misteriosos e reais. Sim, existem personagens que são baseados em pessoas reais e alguns que foram criados para homenagear pessoas reais. Isso porque o projeto foi financiado por algumas pessoas que desejavam aparecer no livro de alguma forma, e a melhor solução foi transformá-los em personagens.
O livro encontra-se à venda pelo link no final dessa postagem. E eu queria dizer que comprando esse livro, você não estará só adquirindo um livro, mas sim todo um trabalho carinhosamente pensado para sua diversão e imersão nesse universo fantástico de Fictesia, além disso, estará abrindo espaço para conhecer outres autories nacionais, que possuem diversos seguimentos de escrita e são muito bons no que fazem. Então, quando ler um conto de ume delus, está mergulhando em seu universo particular, onde elus colocam toda sua paixão e habilidade de escrita, é como um cartão de visitas delus.
Apoie a literatura nacional e tenha ume autore perto de você, produzindo cada vez mais e de maneira mais presente e acessível.
E se quiser se tornar uma personagem do próximo livro, fale comigo. ;)
Clique no link abaixo para adquirir seu exemplar. ^^
Beijos da Pri! ^^
Hormonização é coisa séria
É muito comum encontrar pessoas trans que se hormonizam por conta própria, e as razões são diversas. Aqui vou listar as que tenho conhecimento, de pessoas com quem convivo, e as opiniões aqui expressas são uma forma de alerta, para tentar ajudar a todes e minimizar diversos problemas.
sábado, 7 de novembro de 2020
Meu catálogo de livros
Olá pessoas! Tudo bem com vocês?
Então, essa postagem é exclusivamente para divulgação de minhas obras. Criei um catálogo reunindo todas elas, assim fica mais fácil a divulgação e a procura. ^^
Para ter acesso ao catálogo, basta escanear o QRcode, ou clicar no link que deixarei abaixo.
Desde já, agradeço o carinho e a colaboração de vocês. Tenho muito apreço pelas pessoas que leem minhas obras, aquelas que só divulgam também, e aquelas que me apoiam. Sem essas pessoas, nada seria possível. agradeço de coração!
Todas as obras estão em formato digital, e a maioria é kindle. Então, divirtam-se!
quinta-feira, 5 de novembro de 2020
Dilemas sobre os banheiros para transgêneros
O acesso ao banheiro de um estabelecimento ou instituição é direito de todes que o frequentam. Muitas pessoas abordam o tema com preconceito, o que não pode acontecer numa sociedade democrática.
quarta-feira, 4 de novembro de 2020
Estupro Culposo
Ontem, nós mulheres, recebemos um duro golpe em nossa essência, em nossa confiança no poder jurídico (que já não era lá essas coisas) e em nossa história.
Depois de uma sessão completamente esdruxula, onde a vítima fora tratada com desdém, humilhada e torturada diante do juiz pela defesa de seu agressor, o tribunal decidiu não acusar o estuprador de Mariana Ferrer, o empresário André Camargo de Aranha.
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
Cidadolls
Cidadolls, David Gomes, 2018.
Tive a belíssima experiência de ler esse maravilhoso livro, e também de conhecer o autor.
Cidadolls é uma mistura de Suspense e ficção científica muito bem escrito, de fácil compreensão, e fácil de se apegar.
O autor conduziu a trama com maestria desde seu início simplório até o final arrebatador.
O tempo que passei lendo, fiquei apreensiva e com questões que giravam em minha mente durante a leitura, e no final, todas foram respondidas. Belíssima história para ter na sua coleção.
Vou deixar aqui em baixo o link de aquisição do e-book.
Beijos da Pri! ^^
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
INVISÍVEL NOTÁVEL
JV Leite é uma pessoa empática e humanitária. E é o exemplo de que pessoas cis e hétero também podem ser sensíveis à vida como um todo. Não precisa estarmos inserides num grupo para lutar por ele, certo?
Essa excelente escritora nos presenteia com muitas reflexões e sensibilidade.
Beijos da Pri! ^^
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
Como dizer, eu te amo?
Esse texto não é sobre sexualidade, não é sobre gênero, nem sobre a população LGBTQIAP+; é sobre uma condição humana, sobre algo imaterial, imensurável e particular, e também sobre mim.
Identidade de gênero, sexualidade e expressão de gênero
Bem, tentarei lançar uma luz sobre esses temas, espero que consiga ser sucinta e clara o suficiente. ^^
domingo, 18 de outubro de 2020
Transfobia no trabalho
Antes de começar, quero dizer que apesar desse tema ser recorrente, as experiências aqui relatadas foram vividas por mim, e é com muito pesar que digo que não sou só um caso isolado, mas que esse tipo de coisa acontece com muita frequência.
sábado, 17 de outubro de 2020
Lendas Curitibanas
Lendas curitibanas é uma ode à memória histórica, à cultura e preservação do imaginário local. A escritora Luciana do Rocio Mallon, assexual, super conhecida na mídia, teve muito cuidado e apreço ao produzir essa e outras obras.
Super indico os vídeos no Youtube para conhecerem mais sobre a artista de amplas habilidades. Também deixarei aqui o link do blog dela, para que tenham acesso à outras produções dela.
O instagram da escritora é @lucianamallon, segue lá! ^^
Beijos da Pri! ^^
A história de Trixie
terça-feira, 13 de outubro de 2020
Passabilidade
Esse termo é um verdadeiro fantasma que assola e oprime a comunidade trans e não-binária. Passabilidade é a característica atribuída a uma pessoa trans que se parece muito com a imagem idealizada de uma pessoa do gênero ao qual ela se identifica.
domingo, 11 de outubro de 2020
VANILLA O Sabor Mais Doce (As Crônicas de Água e Fogo)
Vanilla O sabor mais doce, Abey S Lira - Leitura gratuita através do wattpad.
Baseada em fatos. 18+
Para ter acesso à história, basta clicar no link. Talvez peçam para se cadastrarem.
Link de acesso para a história
Beijos da Pri!
sábado, 10 de outubro de 2020
Um de nós
Um de nós, 2020 - Pricila Elspeth - Leitura gratuita disponível no wattpad.
João Carlos sofre de amnésia, e juntamente com sua namorada Maria Madalena, procuram ajuda especializada. Porém, isso desencadeia uma série de eventos inexplicáveis e perseguições ensandecidas e alucinantes. Maria tenta proteger o namorado, enquanto João busca entender o que está acontecendo.Você acredita no improvável? Acredita que qualquer um de nós pode ser especial? Então venha filosofar comigo nessa história repleta de reflexões e eastereggs. ^^
Talvez peça para se cadastrarem, mas é bem tranquilo.
Hormonização, o que muda?
Anteriormente postei um texto falando sobre algumas dificuldades enfrentadas por mim, durante o começo da hormonização, logo que decidi iniciá-la. Hoje, vou contar um pouco mais, e certamente ainda terá assunto para outro post.
A promessa
Um conto LGBTQPIA+ narrando a história de um casal lésbico. Como elas descobrem o que sentem uma pela outra e como os acontecimentos mudam a essência e a história delas.
É bem curtinho, e disseram que é bonitinho e fofo. ^^ Eu só agradeço!
Para ler é só clicar no link, talvez peçam para se cadastrarem, mas é de boa gente.
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
Identidade de gênero
A identidade de gênero é a maneira como a pessoa se entende enquanto pessoa dentro de um espectro amplo de gêneros. Existem muitas, muitas possibilidades mesmo. Pessoas podem ser homem ou mulher cisgênero, intersexo, homem ou mulher transgênero, travesvi, não bináries, gênero fluido, agênero, e outras mais. No entanto, quando uma identidade de gênero sai do padrão cis, dificilmente ela é vista e respeitada como tal.
Minha Mãe
Este conto foi criado para o dia das mães, é uma homenagem a todas as mães e também uma forte reflexão a respeito dessa figura e das vivências maternas de pessoas transgêneros.
O conto narra a história de Guto após um trágico incidente, onde ele precisa lidar com dor, sofrimento, preconceito, valores e amores. O adolescente é rebelde e problemático e quando perde sua única base de apoio, se vê perdido e sem noção de para onde seguir, no entanto, de forma inesperada, surge em sua frente a possibilidade de rever uma pessoa que não via há muitos anos. À partir desse encontro, toda sua realidade e sua perspectiva de mundo começa mudar.
É um drama com pitadas de realidade, violência, consumo de drogas e muita reflexão.
Esteve em exposição durante um tempo no wattpad e foi muito elogiado pelos leitores.
Linguagem neutra
Olá amades! Hoje vou falar sobre um assunto que está na crista da onda; a linguagem neutra, ou neolinguagem ou ainda linguagem inclusiva.
Bem, o que é essa linguagem neutra afinal? Trata-se de uma proposta de inclusão igualitária em nossa língua tanto falada quanto escrita. O debate não é recente, já perdura há bastante tempo, desde que grupos de mulheres se sentiam incomodadas por serem tratadas no masculino quando dividiam um ambiente com um ou mais homens. Sim, a língua portuguesa é propicia a enaltecer a figura masculina e invisibilizar a figura feminina. Foi denominado pronome neutro a forma masculina, ou seja, não existe neutralidade, o que existe é uma organização tendenciosa muito bem estruturada.
A linguagem neutra é uma proposta que visa a inclusão dos grupos femininos que se incomodam com essas heranças patriarcais, das pessoas não bináries e de pessoas com diversidades funcionais. Durante algum tempo surgiram propostas para neutralizar as formas de tratamento com o uso de "x" ou "@" substituindo vogais indispensáveis para a compreensão da palavra. Porém, esse uso é contestado. Primeiro porque não representa de fato uma neutralidade, esse uso de caracteres acaba excluindo as identidades que são sobrepujadas pela falsa neutralidade de nosso idioma. Além do mais, pessoas com baixa visão e que dependem de aparelhos leitores, sofrem para identificar essa escrita, pois, o software não reconhece esse padrão linguístico, sem falar nas pessoas disléxicas que encontram extrema dificuldade em se concentrar numa palavra impronunciável.
A linguagem neutra foi construída por especialistas em linguística como uma alternativa para esse e outros problemas. Pessoas não bináries, por exemplo, não se sentem representadas por "Elx" e "delx", esse x acaba negando nossa existência ao invés de lançar sobre nós uma luz. A discussão do momento é acalorada e muitas pessoas criticam a implementação do uso da neolinguagem por dizerem que vai acabar com o português, que é difícil ou que é modinha. Essas criticas são infundadas e são contraditórias, pois, as mesmas pessoas que dizem isso, utilizam o internetês, sem se preocupar com a estrutura do idioma, sem pensar na dificuldade de compreensão e certamente não aprendeu na escola, ou seja, segue uma tendência, ou uma modinha. ^^
Se pararmos para refletir a respeito do debate a esse respeito, notaremos que trata-se de uma disputa de poder. É um discurso ardiloso construído por uma base ideológica muito bem posicionada; as pessoas integralistas e "tradicionalistas".
Quando usamos abreviações como: tmj, mlk, omg, tnk, ctz, obg, vlw, blz, na internet, não somos questionades a esse respeito, não é visto como uma afronta à língua, não é visto como modinha, frescura ou ideologia.... Mas será que não é mesmo? Na verdade, a relação de poder se dá no choque de culturas onde de um lado temos as pessoas reacionárias e do outro o grupo que propõe essa mudança. Claro que tudo seria mais fácil de aceitar, se a proposta não viesse de um grupo transgênero.
Nós não bináreis, encontramos forte resistências nos espaços e esferas sociais, e quando uma proposta promovida por e para nós toma conta dos meios de comunicação, essa classe especifica de pessoas supremacistas, vê-se no direito de lançar contra a proposta injurias e argumentos rancorosos, contaminando assim uma discussão saudável e pacífica. É interessante notar que em momento algum, a proposta foi lançada com o intuito de substituir a língua portuguesa, até agora, toda a discussão baseia-se na apresentação dessa proposta como meio alternativo de comunicação.
Vale lembrar que não existe só uma maneira de aplicar a linguagem neutra. Podemos praticar o uso do idioma para substituir palavras que evidenciam o gênero das pessoas e tratar a todes de forma neutra, por exemplo, ao invés de dizer "Você está lindo/linda", você pode dizer "Você está linde", ou ainda pode dizer "Você está deslumbrante". Percebe? Se você é daquelas pessoas que se apega ao padrão binário linguístico, saiba que não precisa abrir mão dele para aplicar a linguagem neutra em seu cotidiano, é uma questão de empatia e prática.
O que está causando todo esse alvoroço ao redor da internet é o fato de que pessoas trans estão apresentando a proposta, e não digo isso como forma de vitimismo, muito ao contrário, estou evidenciando uma relação bruta de poder e demonstrando resistência.
O uso da linguagem neutra é a forma mais inclusiva encontrada por especialistas em linguagens para que possamos alcançar a igualdade linguística. Isso não quer dizer que ela é perfeita, longe disso. Também não quer dizer que o idioma oficial vai mudar por conta disso, na minha opinião específica, deveria, mas não vai. No fundo, trata-se apenas de uma forma de comunicação que pode ser facilmente assimilada se os discursos ideológicos forem colocados de lado.
Algumas pessoas criticam a discussão sobre essa pauta dizendo que existem coisas mais importantes para serem discutidas. Nós somos seres pensantes, podemos discutir diversos assuntos, não é? Uma discussão não impede que outras aconteçam em outros lugares, em outros meios de comunicação, em outros grupos... Falar de linguagem neutra é falar sobre a questão de gêneros e inclusão, algo que sempre foi problemático no Brasil. Nossa inclusão se parece mais com uma integração, uma separação ou até mesmo uma exclusão. Quando falamos de igualar as importâncias de todos os grupos, atingimos o ponto fraco de pessoas tradicionalistas/integralistas e essa classe não aceita ser contestada.
Essa que é a grande verdade por trás da discussão a esse respeito. Tudo se trata de relações de poder e de quem está propondo a discussão.
Beijos da Pri ^^!!!
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
Hormonização
Bem, esse é um texto bastante particular. Vou relatar um pouco da minha trajetória e minhas dificuldades em relação a esse processo. Lembrem-se, essa é minha vivência, minha experiência, não é igual para todes.
A hormonização é um processo medicamentoso que visa adequar os hormônios do corpo de uma pessoa, para que fisicamente aconteçam mudanças desejadas ou esperadas pela pessoa em questão. Muitas mulheres e homens trans e travestis optam pela hormonização visando uma maior passabilidade. Mas o que isso, passabilidade?
Passabilidade é um termo utilizado para definir se uma pessoa possui os aspectos físicos socialmente esperados para uma pessoa de determinado gênero (nesse caso, homem ou mulher). Ou seja, se ela se parece exatamente com a imagem que a sociedade tem de homem ou mulher. A passabilidade não é uma obrigação, é um direito e um desejo da pessoa trans, porém, a sociedade e até mesmo algumas pessoas dentro da comunidade LGBTQPIA+ exigem que a pessoa transgênero tenha passabilidade.
Isso é bem complicado, pois, o fato da pessoa não ser passável, gera inúmeros desconfortos em sua vida, além do mais, inevitavelmente ela estará exposta a perigos que sabemos que existe. Isso não deveria acontecer, essa imposição da passabilidade, mas acontece e precisa ser desconstruída.
Nem todas as pessoas trans desejam ser passáveis, cada uma tem seus desejos, anseios e necessidades, e ainda há pessoas não-bináries que muito comumente não se importam tanto com a forma que seus corpos têm.
Bem, voltando... A hormonização é um processo químico vitalício, ou seja, uma vez iniciado é para sempre. Obviamente, existem casos em que a pessoa por algum motivo, seja clínico, ou financeiro, ou de qualquer outra natureza, precisa interromper esse procedimento. E o que acontece? Bem, até onde vão meus conhecimentos sobre isso, sei que pode ou não haver uma reversão de alguns aspectos, claro que tudo acontece de forma lenta, e outros aspectos, uma vez desenvolvidos, são permanentes. Então, é preciso pensar muito bem a respeito da hormonização e nunca, jamais, em hipótese alguma, optar por um procedimento sem acompanhamento de um profissional da saúde.
Durante os primeiros meses da hormonização acontece um milhão de coisas. Por isso é importante ter acompanhamento médico. Muitas mudanças são perceptíveis por nós mesmes, outras não, só são detectadas através de exames e ignorar esse cuidado extremamente necessário, pode causar sérios problemas de saúde e até uma fatalidade.
Estou no início da minha hormonização. Logo nas primeiras semanas fui tomada por uma neura terrível, chorava sozinha, pensava a respeito das mudanças lentas e de como iria me apresentar para as pessoas, como iria fazer para me "assumir" para as pessoas que já conheço e como faria para mudar a imagem que já possuem de mim, um verdadeiro turbilhão girava na minha cabeça, foi tão intenso que desisti. Joguei os medicamentos fora, me senti arrependida de ter começado e pensava em assumir uma postura cisheteronormativa. Era mais fácil, não daria muito trabalho, não para lidar com a sociedade, entende? Mas em meu intimo, estava magoada comigo mesma, e não sabia o motivo real. Acontece que depois de muitíssima reflexão, eu decidi retornar à hormonização, mas dessa vez, com toda certeza do mundo.
Antes dessa pausa eu tinha um corpo imaginário que desejava conseguir, hoje não. Não tenho muitas expectativas, prefiro pensar nesse processo como uma longa jornada. Um desafio para mim mesma, como tentar escalar o Everest, até onde conseguir chegar está ótimo. Mas entenda que isso não veio do nada. Tive de ser sincera comigo mesma, tive de avaliar meus medos e meus preconceitos, tive de pesar as relações que tenho com amigos, familiares, colegas de trabalho e etc. Não é um processo fácil, não é rápido, mas está sendo muito satisfatório. Eu exclui da minha lista de contatos muitas pessoas que se mostraram avessas a minha transição, desconectei-me de inúmeros familiares e me aproximei de pessoas com mais empatia, é importante ter essa percepção. Sabe, durante muito tempo fiquei preocupada com a questão familiar, porém, depois entendi que família não são as pessoas que possuem o mesmo tipo sanguíneo, que compartilham do seu DNA, mas sim pessoas que te apoiam, que te amam, que torcem por você e que nunca te abandonam, ter seu sangue até mosquito tem. Amigues, você escolhe, acredite. Não tem motivos para você manter uma amizade tóxica, que só te faz sofrer, que te reduz, que te impede de ir em frente... Escolha suas amizades.
Bem, e por que eu optei pela hormonização se me identifico como uma pessoa não-binárie? Então, como disse mais acima, pessoas não-bináries, de um modo geral, não possuem um padrão definido de corpo atrelado ao gênero, nós não-bináries temos desejos e expectativas em relação aos nossos corpos, no entanto, eles não correspondem ao padrão cisnormativo. Sim, isso quer dizer que há possibilidade de você conhecer uma pessoa não-binárie com nome feminino e que use pronomes femininos, mas que possua barba, ou uma pessoa que se use os pronomes masculinos, mas que possui características ditas femininas. Gênero não tem a ver com corpo, nem com sexualidade, é importante esclarecer isso. Então, percebendo que meu corpo de nascimento não me agradava, decidi me hormonizar.
Eu me sinto bem quando uso e quando usam comigo, pronomes neutros e femininos, e quero desenvolver características físicas com as quais não nasci, mas sem predefinição. No meu caso específico, sei que por conta da idade, muitas características que eu desejava, não serão alcançadas, mas como disse, não me apego mais a isso, se vier, maravilha, se não vier está tudo bem. E ainda falando sobre meu caso específico, quero fazer uma cirurgia para diminuir a cartilagem da traqueia, mas isso é um capricho estético meu.
Seria muito hipócrita da minha parte se dissesse que estou feliz com meu aspecto atual, não estou. Por conta disso, estou sempre experimentando processos estéticos, enaltecendo minha vaidade e mudando minha aparência, ainda não achei meu rosto ideal, mas sigo tentando. Uma coisa que percebi foi a relação que tenho com meu cabelo, fico muito triste quando por algum motivo não consigo ir ao salão fazer aquele retoque básico. Mas isso não tem a ver com a hormonização em si, isso é um desejo pessoal, é uma necessidade de foro intimo.
Existem tantas regras impostas na sociedade, que as pessoas acabam nem vivendo suas vidas com medo de retaliação, ou isolamento, ou coisa pior. Nós vivemos acovardades sob as regras de uma sociedade hipócrita e mesquinha, que institui padrões o tempo todo e nos obriga a seguí-los sem se importar com o que realmente desejamos, a todo momento são criadas pseudonecessidades e despejadas sobre nós, e nós, complacentes, aceitamos tudo. Por muito tempo... Mas agora não dá mais. Eu tenho uma forte convicção de que precisamos viver nossas vidas do jeito que queremos, sem fantasiar, sem se esconder e sem represálias. Claro que não vivemos num conto de fadas e para conseguir isso, precisamos suar mais que as pessoas conformistas. Temos barreiras monumentais pela frente, mas precisamos entender imediatamente, que não estamos sozinhes, unides podemos transpor essas barreiras, devagar, com consciência, com segurança e com muita solidez.
Quando eu falo sobre enfrentar os padrões sociais, não estou estimulando as pessoas a saírem nas ruas afrontando toda forma de opressão, sozinhe, de peito aberto e sem calcular as consequências. Mas não podemos nos acovardar. Existem mecanismos que podemos usar em nosso cotidiano para mostrar para as pessoas que existem outras realidades e que elas devem ser respeitadas. Cada ume precisa lutar, fazer sua parte, mas não queremos que ninguém arrisque sua vida de forma displicente, né?
Antes de começar a hormonização, eu já cuidava dos meus cabelos, esporadicamente ia para a escola com as unhas pintadas de cores bem marcantes como : vermelho, prata, rosa e branca. E isso gerava muitos questionamentos e comentários, mas eu não me importava com isso não. O que mais me chateia na escola, é a definição estrutural de deveres e direitos masculinos e femininos, acho isso um absurdo. E inúmeras vezes briguei por conta disso, apresentando ideias que rompiam esses preconceitos, mas nunca foram colocadas em prática, afinal, as diretoras com quem trabalhei, apesar de serem boas profissionais, nesse aspecto são muito retrógradas.
Bem, mas por que estou falando essas coisas? Para que vocês tenham noção que a transição não se inicia na hormonização. Ela inicia no momento em que você passa a questionar seu gênero. E a partir desse momento, o caminho rumo a sua ascensão está posto à sua frente. Alguns caminhos são mais curtos e mais rápidos, outros não. Mas isso não é uma corrida, não existe um tempo limite para se fazer esse caminho, até porque ele só acaba quando você morre. Então, não precisa se desesperar, não precisa se chatear porque os resultados estão demorando e tal. Tudo ao seu tempo e sempre supervisionado por sue médique.
Antes que perguntem... Não vou colocar a lista de medicamentos que tomo em minha hormonização, justamente para não incentivar uma medicação por conta própria. Cada caso é único e deve ser analisado por uma pessoa especialista no assunto. Ah, antes que eu me esqueça, eu faço todo o acompanhamento pelo SUS, então não precisa ficar desesperade com a questão financeira.
Peço desculpas pelos pensamentos aleatórios que surgiram no meio do texto, mas minha cabeça é assim, toda bagunçada. rsrsrs
Biejos da Pri ^^!!!
terça-feira, 29 de setembro de 2020
She-ra e as princesas do poder
Que esse desenho é maravilhoso, isso todo mundo já sabe.
A internet está cheia de postagens sobre She-ra, diversos blogs, sites e canais de vídeo abordaram o tema, cada ume a sua maneira. Eu, nesse post, vou deixar minhas impressões sobre o desenho, o que eu gostei, o que não gostei e comentários particulares. Não estou aqui para dizer algo certo ou errado, é só minha opinião, meu ponto de vista e minhas sensações a respeito da obra.
Para começar quero apontar o fato de que Noelle Stevenson, a criadora, abordou diversos temas muito complexos num único universo e o fez com maestria. A DreamWorks produziu a animação, e sinceramente, durante muito tempo fiquei com medo que a série fosse cancelada por tratar de temas relacionados à aceitação de modo geral. Esse medo foi gerado depois de ver a Netflix ceder à pressão religiosa e cancelar Super Drags, e não apostar num público fora dos padrões e cancelar Sense8. Bem, mas a DreamWorks estava em dívida conosco desde Avatar: a lenda de Korra, sim, pois durante toda a série ficou evidente que a relação de Asami e Korra era bem mais que amizade, porém, no momento crucial, onde deveria nos ser entregue o mais belo presente, que seria a concretização desse relacionamento, a DW nos privou disso.
Não sei se as reclamações dos fãs surtiram algum efeito, ou se o sucesso imediato de She-ra teve algo a ver com isso, o fato é que a DW prosseguiu com a produção até o final e não interferiu na obra da Noelle. Tudo foi produzido como a criadora desejou e ficou muito bom, não era para menos.
Bem, mas do que é que fala esse desenho afinal? Cada pessoa que assistir à série vai captar determinadas mensagens ali, mas para mim, o desenho fala de amizade, de amor, de superação, de aceitação das diferenças, de conflitos éticos, de propagar a paz e combater os males que invalidam a vivência das pessoas, tudo isso de maneira lúdica e divertida.
Vemos a diversidade nas próprias personagens. Tem pessoas pretas, gordas, crianças, autista, transgêneros, não-binários e de diversas sexualidades. Acho muito interessante o fato de todas as mensagens serem passadas através de metáforas (bem, até certo ponto) e que no final, essas metáforas se auto explicam. As maiores metáforas para mim são apresentadas através das personagens Arqueiro e She-ra/Adora.
Há um episódio em que o Arqueiro vai visitar os pais (sim, dois pais e os três são pretos ^^) e ele pede para a Cintilante que o ajude a inventar uma história a respeito de sua vida, pois, ele quer que os pais pensem que, assim como eles, ele tenha se tornado um historiador/arqueólogo, mas ele se tornou algo bem diferente, um guerreiro revolucionário. Quando os pais descobrem, ele chora e confessa a eles, explicando que mentiu para que eles não se chateassem, não ficassem envergonhados ou bravos... E aí eles dizem que o aceitam como ele é, sendo quem ele é. Uma nítida metáfora para as pessoas que se trancam no armário (não se revelam LGBTQPIA+) por medo de aceitação, violência, abandono, solidão etc. É meio que um recado para todes, pais/mães e filhes que vivem nessa condição. Sair do armário, nem sempre é ruim, claro que não é fácil e cada caso é um caso, mas as vezes projetamos nossos medos sobre nossa realidade, vivemos o medo e não nossas vidas.
A metáfora da Adora/She-ra é um pouco mais longa e fragmentada, pois envolve vários episódios. Mas o resumo é seguinte: Adora tem uma carga profética sobre os ombros e devido a isso, atitudes, pensamentos, comportamentos e resultados são esperados dela. Durante muitos momentos ela é questionada e comparada com a She-ra anterior, porém, ela acaba percebendo que ela não é como a anterior, ela é diferente e sempre será, e nunca deve ser igual a ninguém, porque sua existência, suas experiências são únicas, e é esse conjunto de experiências que sintetizam sua persona. Ou seja, outra metáfora sobre aceitação. Muitas vezes, nós (independente de sexualidade, ou qualquer categoria que exista para definir grupos sociais) nos punimos com esse martírio. Nos comparamos com outras pessoas, pesamos nossos feitos e elevamos a importância dos feitos alheios enquanto invalidamos os nossos, isso tudo por não nos conhecer, não nos aceitarmos, não compreendermos que cada ser humano é único e como tal, possuirá conjuntos únicos de experiências durante toda sua vida. E todas as vidas são importantes, todas as vivências são válidas e maravilhosas. Só para estender um pouquinho esse assunto, vejo na She-ra o conceito de "super homem" criado por Nietzsche. A Adora deixa seu estado humano para trás e assume uma postura elevada, com muita humildade, amor, carisma, mas superior ao estado natural de ser humano.
As princesas, são todas guerreiras, mas nenhuma delas possui a mesma personalidade. Esse fato é facilmente percebido, e enriquece demais o desenho. Porque não é uma superficialidade criada para distinguir uma personagem que entra em cena, ao contrário, a personagem entra em cena porque possui esse diferencial, e elas carregam isso impresso em seu semblante, em suas palavras, ações e relações.
Um lance que gosto muito, é o fato da Entrapta ser autista e não ser dependente das outras. Isso significou para mim, que a criadora quis dizer que não importa se você tem uma síndrome (depende do grau da síndrome, óbvio), você pode viver sua vida de forma digna e independente. Bem no final, a Serena se irrita com a Entrapta e dá um choque de realidade nela, dizendo que ninguém é obrigado a aceitar tudo o que ela faz, e que nem tudo tem que ser feito do jeito dela. Bem, isso é verdade. Existe aqui muito pormenores, mas no caso da maga tecnológica, o autismo dela é leve, e não é pelo fato dela ser autista que ela pode fazer o que bem quiser com as pessoas, tratá-las da forma que quiser e fingir que o mundo todo gira ao seu redor, afinal, ela convive com outras pessoas. Entendam aqui, que o que a Serena quer dizer é que a Entrapta tem condições de entender as pessoas ao seu redor e interagir melhor com elas, no entanto, ela ignora-as por livre e espontânea vontade, mesmo quando precisa delas.
Noelle disse numa entrevista que todas suas personagens são gays até que se prove o contrário, bem, desnecessário dizer o quanto isso é lindo, né? Por quê? Porque quebra a lógica heteronormativa. Quando você pede para uma pessoa imaginar um casal, geralmente elas imaginam um casal hétero e cisgênero. E com essa afirmação, a Noelle rompe com essa imposição sistêmica.
Double Trouble é uma das minhas personagens favoritas. Acho que é bem óbvio né? A personagem é não-binária, possui um poder de transmutação, mas não é esse poder que molda sua personalidade, muito ao contrário. O poder de transmutação acaba auxiliando sua personalidade e sua condição não-binárie, pois, elu não precisa ficar presa numa forma. Não que a forma seja importante para uma pessoa não-binárie, mas no caso específico de Double Trouble, elu usa essa mudança de forma para fluir por sua personalidade, sexualidade e existência. É um bônus que elu recebeu. ^^
Bem, vocês me matariam se não falasse da Felina, né? rsrsrs
Eu gosto demais dessa personagem. Desde o início eu percebi algo muito íntimo irradiando da dupla Adora e Felina, no entanto, no começo da série, cheguei a pensar que fosse algum sentimento de irmandade, pelo fato de ambas crescerem juntas e serem meio que cúmplices e parceiras de combate. Mas no decorrer da série, notei que o sentimento de perda da Felina era muito mais propenso a uma perda romântica que familiar, e aí fui catando caquinhos e arrisquei numa paixão secreta. Percebe-se desde o início que Adora gosta muito dela, mas não demonstra esse sentimento romântico com clareza, não que eu tenha percebido, mas a preocupação que a Adora tem pelo bem-estar da rival é admirável, e isso me confundiu diversas vezes na série, mas aí no final épico 😍 tudo fica muito claro. A cena da declaração foi linda, não pelas palavras, não pelo momento em si, mas por conta da construção, lenta e bem arquitetada que a série montou e nos apresentou, de certa forma, nós esperávamos aquilo, mas a Noelle e DW fez com que nos parecesse surpresa, é simplesmente demais.
O que eu não gostei foi o fato de algumas personagens serem pouco trabalhadas, as personalidades pouco aprofundadas e limitar a trama às princesas. Eu sei que se fossem dar maior visibilidade para todas as personagens a série ficaria gigante, e esse talvez tenha sido o medo da DreamWorks, alongar a série, perder público e a Netflix cancelar. A Noelle produz Histórias em Quadrinhos de She-ra, não tenho conhecimento de nenhuma edição em português, mas seria maravilhoso se tivesse. Outro ponto negativo achei na série é que a única personagem idosa com relativa importância no seriado, tem uma personalidade esquizofrênica, e perturbada. Por um lado, é legal, uma personagem com outro olhar das coisas e sendo importante, mas por outro lado, a imagem do idoso, ao menos para nós aqui no Brasil, é de alguém, chato, confuso, reclamão, e que se torna rapidamente um fardo, justamente por conta dessas características. Talvez isso seja uma percepção somente minha, por estar próxima de pessoas idosas que recebem esse tipo de tratamento, mas sei lá, isso me incomodou. Outro fato foi a ausência de uma protagonista surda ou cega, poxa, tinha tanta representatividade ali, cabia mais uma. Tá, tá, tudo bem, não é uma crítica à Noelle ou a DW, mas senti falta e acho que seria muito maneiro se tivesse uma princesa surda ou cega. A série fica menos maravilhosa por isso? De forma alguma, não podemos exigir que uma artista aborde todos os temas do mundo e represente todas as pessoas do planeta, mas acredito, que em obras futuras dela, algo do gênero irá a parecer.
Além desses pontos, a série traz outros temas, como: arrependimento, autopiedade, sofrimento pela perda de entes queridos, exploração por conta da tirania, religiosidade e esperança. É uma série da qual eu poderia falar pelo resto da vida, e o farei, mas não tudo de uma vez, né?
Espero que tenham gostado e caso tenham uma visão diferente da minha sobre qualquer aspecto, não hesitem em comentar.
Beijos da Pri! ^^
#vivaoamor #diversidade #naobinarie
segunda-feira, 28 de setembro de 2020
Uma Jornada Tupiniquim
Uma Jornada Tupiniquim, 2018.
Sinopse: A Lua está se afastando da Terra e isso pode gerar inúmeras catástrofes ao redor do planeta. Três pessoas são retiradas de seus cotidianos e transportadas para um mundo mágico, onde viverão incontáveis aventuras. O destino da humanidade está nas mãos desse trio inigualável.
Esse livro é muito cinematográfico, as cenas são descritas com tanta maestria que automaticamente, imagens são projetadas em sua cabeça a medida que mergulha na leitura. Há no livro uma preocupação muito grande com a representatividade, no caso, LGBTQPIA+ e Indígena. Em momento algum nota-se desrespeito em generalizações sobre as vivências das personagens. É uma leitura dinâmica e prazerosa.
A história conta com diversos recursos de entretenimento, comédia, romance, terror, suspense, mitologias, folclore, ação, aventura, batalhas épicas e drama. É uma obra mais que completa.
O livro pode ser encontrado na versão digital, através do link abaixo:
Link de aquisição Uma Jornada Tupiniquim
https://www.amazon.com.br/Uma-Jornada-Tupiniquim-Rodrigo-Ribeiro-ebook/dp/B07HFLNL6W
E a versão física, com o próprio autor através do e-mail:
rodrigodasilvaaparecido@gmail.com
Existem limites para a Arte?
É uma questão polêmica e que pouca gente gosta de falar, no entanto, decidi escrever meus pensamentos sobre o assunto, não porque desejo passar uma visão definitiva, mas ao contrário disso, para que algum dia possa colher um debate de qualidade a esse respeito.
Bem, quando pensamos em Arte, poucas pessoas vão além de pinturas em tela ou teatro. A Arte em si é bem mais que materialização imagética de suas intenções, mais que interpretação de papeis, a Arte é a conexão do ser humano com seu próprio ser, com uma forma transmaterial que está além dos limites corpóreos. A Arte é olhar você e mundo através de outros prismas, sendo assim, Arte é uma outra vida, outra visão de mundo, outra realidade e outro universo além de tudo o que experimentamos.
Dançar, cozinhar, esculpir, cantar, pintar, desenhar, escrever, fotografar, discursar, interpretar, criar, dirigir, jogar, e infinitos outros verbos, tudo isso é Arte. Tudo o que imaginamos, somos capazes de criar, talvez não no exato momento em que imaginamos, mas no futuro, certamente. A criação depende de ferramentas, de situações e recursos, a imaginação não, ela é livre, sempre livre.
Então, isso quer dizer que a Arte não possui limites? Não. Isso quer dizer que as possibilidades de representações artísticas são infinitas, mas a Arte possui sim limites.
Quando me aproprio de um conceito de infinidade e de criatividade, tenho de ter ciência que posso através da minha arte passar uma mensagem, criticar uma ideia, uma pessoa, uma situação, mas em momento algum a arte estará isenta de interpretação e dos valores éticos. É óbvio que a Arte é uma janela para além das normativas que regem o mundo, mas o fato de a própria Arte ser um ato de rebeldia, não a torna uma ferramenta de imposição cultural. Mas o que isso quer dizer?
Isso quer dizer que não posso escrever um livro onde vou expelir todos os meus preconceitos. Não posso escrever uma obra tratando a escravidão, a violência, a transfobia, o autoritarismo como coisas normais, como banalidades. Fazer isso é corroborar com um pensamento completamente inapto para a ciência artística. Arte é transformação, é revolução, é aproximação, exaltação... Ué, mas não posso fazer tudo isso com um herói nazista que dobra o mundo à sua vontade? Pode, claro que pode, desde que essa obra seja um alerta, uma crítica e não uma veneração doentia ao nazismo.
Existe uma linha muito tênue entre a liberdade e o bom senso. É comum pessoas dizerem que podem fazer o que bem entenderem por viverem num país livre. Bem, pode, mas se você desobedecer uma lógica global de boa convivência, certamente encontrará represálias e punições.
A Arte reque bom senso, apesar da natureza libertária que ela carrega, não podemos nos apropriar de tudo para fazer uma obra de arte. Uma pessoa branca, burguesa, cristã, por mais que estude, jamais saberá de fato, como é a vida de uma pessoa preta, umbandista e pobre. É óbvio que personagens assim, podem ser interpretados por ela, e até marcarem presença em suas obras, mas ela não pode assumir que fala sobre o assunto com propriedade e que aquele é o lugar de fala dela, é preciso bom senso.
Eu jamais escreverei uma história onde o discurso principal que sustenta a trama seja de cunho religioso doutrinador, porque não condiz com minha realidade. Não tenho religião, não me atraio por dogmas religiosos e discordo fortemente de muitos discursos, então como é que eu poderia escrever um livro onde a religião seria a base da trama, tendo por trás um discurso doutrinador? Não tem como.
Por mais que eu estude religiões, essa é uma realidade que não me pertence, e nunca saberei de fato como é ser religiosa. Posso criar uma personagem que o seja, mas não posso colocar o discurso religioso em pauta. Enfim, por que tudo isso?
Recentemente uma certa senhora, a qual não mais pronunciarei o nome para que se torne invisível mesmo, proferiu diversas injurias contra as pessoas transgêneros. E isso é muito desconfortável para nós da comunidade trans e também para as pessoas que a tinham como uma artista séria e "engajada". Depois de tais injurias, ela se recusou a se desculpar e ainda criou um loja para vender produtos com frases transfóbicas. Em uma das entrevistas ela disse que sentia muito pelas pessoas trans, mas que era assim que ela pensava.
Bem, pensar assim não é recriminável. Sua imaginação é mesmo livre. O problema é que ela está influenciando discursos de ódio e ações violentas. E isso, é incondizente com a natureza artística. Bom, então quer dizer, que nenhum artista pode ter pensamentos antiéticos? Se você pensa na Ética, como um regulador para a boa convivência humana, então não, não pode.
Ah, Pricila, mas você fala que não gosta de religiões. Sim, digo, mas perceba a diferença. Eu não gosto, porque não acho necessário PARA MIM, PARA MINHAS EXPECTATIVAS, e a única que tenho problemas, é aquela que bate à minha porta tentando me converter, as demais, nem existem para mim. De fato, não me interessam, mas não odeio, não recrimino a prática, não sou contra religiosos, não sou contra ensinamentos religiosos... Mas se você vier com tudo isso para mim, dependendo da abordagem, eu não ouvirei uma palavra sequer.
Ah Pri, isso não torna você intolerante à religião? Não. Me torna intolerante à gente chata que tenta justificar tudo através de um discurso ensaiado, tentando provar que todo o resto é errado e ainda tenta me convencer a aceitar suas ideias. Isso sim é algo que critico em algumas obras minhas, o mau uso da religião. Mas voltando ao tema principal...
A Arte não se trata da conservação de pensamentos, ela trata da libertação da alma, da expressão por meios inimagináveis e de incontáveis formas. No entanto, não pode ser considerado Arte, algo que por natureza venha a gerar discriminação, violência gratuita, segregação e insegurança para as pessoas. Se nós dissermos que não existe limites para a Arte e estivermos pensando em limites como formas de expressão, então realmente não existem limites. Agora, se entendermos limites, como sendo um discurso pautado pela Ética, então sim, existem limites. Toda forma de Arte possui um sentido, e quando esse sentido é munido de um discurso antiético, que extrapola os limites sociais de boa convivência, então ela está além dos limites artísticos, se tornou um discurso ideológico de conversão materializado.
A Arte é e sempre foi um campo de atuação das pessoas criativas e visionárias, para que trabalhassem seus pensamentos dando-lhes formas, compreensíveis ou não, para o mundo exterior. E a Arte como valorização da humanidade, da criatividade, da superação humana... Deve ser glorificada. Mas nunca deve ser usada como arma para expelir discursos ardilosos e mal intencionados que o artista não tem coragem de proferir abertamente.
Espero que minhas conturbadas palavras tenham sido compreendidas, no entanto, se não foram, podem me chamar que a gente conversa.
Beijos da Pri. ^^
sexta-feira, 25 de setembro de 2020
Transfobia, relativismo e liberdade de expressão
Hoje acordei com uma baita notícia bombástica no meu feed, a senhora J.K Rowling abriu uma loja com produtos contendo diversas frase transfóbicas estampadas em mais de cinquenta produtos. Entre as frases, estavam: Notória transfóbica, Mulheres trans são homens, Ativismo trans é misoginia e Fodam-se seus pronomes.
Bem, o impacto foi enorme. Não que esperasse uma postura diferente vinda dela, já que ela mesma já se mostrou inúmeras vezes transfóbica, já levou seus argumentos para a mídia, tais como: "mulher que menstrua" para se dirigir à mulheres cisgêneras (A visão dela é que mulheres sem útero não são mulheres? Faz sentido para você? Pra mim não.) e nunca se retratou, não o fez porquê não está dizendo palavras vazias, é uma convicção dela. Porém, não achei que ela fosse sair do patamar de opositora à vivência trans, para assumir uma postura de disseminadora de transfobia, e discursos de ódio.
Conversei com muitas pessoas e tive acesso a muitas opiniões, muitas mesmo. Mas o que mais me incomodou foram pessoas dizendo que não veem essa postura como algo ruim, pois, ela também é um ser humano, cidadã e portadora do direito de liberdade de expressão.
Bem, isso é verdade? Que ela é ser humano suscetível ao erro? Fato, é sim. Que é cidadã e tem direito de livre expressão? Sim, outro fato. Porém, existe uma grande diferença entre liberdade de expressão e discurso de ódio.
Algumas pessoas não conseguem enxergar a tênue linha da ética e do perigo que carrega esse relativismo. Sim, quando nós assumimos que todos os argumentos são válidos porque vivemos em sociedade democrática, estamos relativizando a força e a periculosidade que eles representam. Então isso quer dizer que existe um limite para a liberdade? Ora, isso é óbvio. A liberdade a qual temos contato, proveniente da ética e todas as suas atualizações no decorrer do tempo, nos fornece a liberdade, mas essa liberdade só é válida se de modo algum ela interferir na integridade de outro ser humano.
Dentro de uma sociedade democrática não trabalhamos com imposições, mas torna-se necessário a percepção de que o relativismo é perigoso em determinadas áreas do relacionamento humano, e que as relações humanas precisam ser construídas sob pilares universais, tais como: confiança e respeito mútuo.
O relativismo deteriora as relações humanas e nos conduz a uma situação de desconfiança, desrespeito e antiética. E isso não é compatível com o mundo que desejamos criar, visto que a cada dia nascem mais e mais medidas para igualar os direitos das pessoas e tornar a convivência mais empática.
Algumas pessoas defendem que podem pensar o que quiserem. Podem, isso é verdade mesmo. Cada um é livre para pensar sobre o que quiser. Mas esses pensamentos não devem tomar forma quando são contrários à essa consciência Ética global.
Quando uma pessoa faz piadas esdruxulas sobre grupos sociais, ou expressa frases preconceituosas, ela não está exercendo o direito de expressão dela. Ao contrário, ela está cometendo um ato de injustiça, um ato criminoso. Muitas pessoas tentam justificar seus pensamentos preconceituosos com a máxima da liberdade de expressão, sem ao menos pensar sobre as implicações disso. Frases que evidenciam racismo, transfobia, pedofilia, misoginia, ou qualquer outro tipo de degradação humana, não são liberdade de expressão não, são atos criminosos.
Eu disse ali em cima que cada um pode pensar o que quiser, e isso é um fato. Mas quando esses pensamentos tornam-se ações, necessariamente precisam ser o fruto de longas reflexões cuidadosas a respeito do objetivo que pretendemos atingir, sabe? E também dos meios que nos dispomos a usar para alcançar esses fins. Aquela coisa de que os fins justificam os meios não vale num mundo onde a ética prevalece. Se quisermos construir um mundo bárbaro, sem leis, sem regras, sem ética, aí sim podemos implantar o relativismo, e só nesse caso ele pode prosperar.
Relativizar discursos como esse é se omitir da responsabilidade social de prezar pela vida, pela integridade das pessoas, do respeito e da boa convivência. É claro que ninguém é obrigado a aceitar o conceito de transgeneridade, não é obrigado a gostar, nem mesmo interagir com uma pessoa trans (caso esse contato não se faça necessário, né?), mas respeitar é obrigatório sim. E abrir uma loja com produtos transfóbicos vai contra nossa noção de ética e diversidade. O mais triste é que a lei não pesa para ela, diversas vezes ela se declarou transfóbica, fez ataques à pessoas trans de forma muito clara e nunca recebeu punição por isso. O fato de ela ser milionária a torna imune à lei?
Dói também o fato de ela ser uma mulher super conhecida e influente e optar por usar sua emancipação para disseminar ideologias tão negativas quanto essas.
Então só para terminar, essa senhora é transfóbica e não merece atenção e apoio de pessoas que prezam pela igualdade, pela ética e pela vida. Ações como a dela promovem violência e morte, desestabilizam a vida de milhões de pessoas e criam a falsa visão de que promove a liberdade, quando na verdade o que está promovendo são crimes muito especificamente elaborados para atingir uma determinada categoria de pessoas. Não seja mais um boçal, não apoie a repressão, apoie o respeito mútuo... Apoie a ética!
Beijos da Pri!
#transfobianão #vidastransimportam #transfobiaécrime #preconceitonãoéliberdadedeexpressão #preconceitonão
quinta-feira, 24 de setembro de 2020
Não binários / Não bináries
Com certeza já viu em algum perfil de rede social a definição de gênero Não-binário/Não-binárie. Mas afinal que termo é esse que vem se popularizando tanto?
Todo nosso mundo, nossa compreensão de realidade, a
estrutura social, as definições que aprendemos e estabelecemos sempre esteve
pautada numa lógica binária, como: Noite-Dia, Alto-Baixo, Claro-Escuro,
Rico-Pobre, Home-Mulher, Bom-Ruim, Bonito-Feio e etc...
O problema é que este é apenas um recorte muito específico
da realidade. Se você filmar uma lâmpada acender ou apagar e depois assistir em
super câmera lenta, verá uma incontável quantidade de tons entre uma
extremidade ao outro do espetro de luz. Entre o dia e a noite há vários tons de
luz, há muitos minutos, segundos, centésimos de segundos, milésimos de segundos,
milionésimos de segundos e assim por diante. Entre um centímetro e um metro há
infinitas medidas possíveis.
O universo todo funciona de forma caótica e fluida. Nada na
natureza é cem por cento mensurável. Não poderia ser diferente com seres
humanos.
As pessoas que se definem como não-bináries, são pessoas que
quebram a lógica da bináriedade. Ou seja, são pessoas que não podem ser
classificadas como homem ou mulher simplesmente. A comunidade NB (ENEBE ou
Não-binárie) está conseguindo muita visibilidade nos últimos anos, as redes
sociais foram fundamentais para esse avanço, visto que a partir do momento que
eu vejo ume igual, sei que não estou isolade e posso procurar outres.
Não-bináries não são todes iguais, cada vivência é única e
deve ser reconhecida e respeitada. Existem algumas identidades Não-bináries que
são vistas com mais frequência, como: Gênero Fluído, Agênero, Andrógine, Gênero-estrela,
Neutrois, Bigênero, Trigênero, Poligênero e Pangênero, todas essas identidades
(e outras mais) possuem suas particularidades e somente essas pessoas podem
definir suas identidades, ninguém mais.
Sim, é isso mesmo que você entendeu. Entre Homem e Mulher
(partindo da ideia de que esses dois gêneros são extremamente opostos) existem
muitas outras identidades de gênero. As pessoas não-bináries não se identificam
com o gênero que lhe atribuíram ao nascimento, não totalmente, algumas possuem
identificação com o gênero de nascença e mais um ou vários outros. No geral,
uma pessoa NB não se reconhece no gênero que lhe foi atribuído, e buscando sua
identidade, acaba se vendo distante do espectro de gênero binário, está numa
coloração mais fluida, sem definição, e isso não é ruim, ao contrário, é maravilhoso.
Geralmente não-bináries utilizam pronomes neutros quando
falam de si e esperam que as outras pessoas façam o mesmo. Não é frescura, não
é modinha, é só empatia mesmo.
Quando você lidar com uma pessoa não-binárie, não se apegue
ao nome ou a aparência física dessa pessoa. Caso esteja iniciando sua relação
ou conversa casual mesmo, pergunte como a pessoa gosta de ser chamada, que
pronomes usa para si, isso é muito gentil e bonito da sua parte, sabe? Muitas
pessoas estão presas no espectro binário e quando veem uma pessoa de bigode e
barba, assumem que essa pessoa seja um homem, o que nem sempre é verdade. Daqui
para frente, as pessoas não-bináries serão cada vez mais comuns em ambientes
coletivos, então, para não cometer transfobia ou acabar magoando alguém,
atualize-se sobre o assunto.
Pessoas não-bináries podem ter qualquer configuração de corpo,
qualquer sexualidade e qualquer forma de identificação. Quando lidar com uma
pessoa não-binárie, pergunte o que não sabe, nunca faça inferências, jamais. Sua
realidade não é universal e nem é a única certa.
Algumas pessoas NB, como as de gênero fluído, bigênero etc,
requerem um pouco de paciência e empatia a mais. Pois, nem sempre a forma de
tratamento é fixa, pode mudar de acordo com o que a pessoa sente, pois, sua
identidade de gênero é mutável ou múltipla, e não cabe a você julgar, mas
respeitar sim, isso cabe a você.
Então, só para finalizar, Não-Bináries são pessoas como
todas as outras, a única coisa que muda é que elas possuem gêneros diferentes
daqueles que estamos acostumados a ver como normais, alias, normal não existe.
Existe um senso COMUM, mas isso não determina o certo e errado, nem tão pouco o
que é normal. Quando lidar com NBs lembre-se sempre de ver esta pessoa
exatamente como ela se identificar, nunca projete sobre ela as sua compreensão
de gênero, pois, além de ser desrespeitoso e antipático, ainda fará com que
você jamais compreenda a pessoa. Todes somos úniques, não existe normalidade, e
lembre-se, a realidade é um espelho quebrado em milhões de fragmentos. O
universo não funciona numa lógica binária, e pessoas não-bináries, sofrem grandes
preconceitos, mesmo dentro da comunidade LGBTQIPA+, então, não seja mais uma
pessoa babaca que apoia a repressão, faça a diferença, apoie a empatia e o
respeito, apoie o amor e a igualdade!
Beijos da Pri!!!
PS: Se você tem dúvidas de como se comunicar com não-bináries, use o guia da neolinguagem. Vou deixar o link aqui.
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