quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Identidade de gênero

 

Olá querides! ^^ Cá estou novamente para trazer mais uma discussão polêmica; identidade de gênero.

A identidade de gênero é a maneira como a pessoa se entende enquanto pessoa dentro de um espectro amplo de gêneros. Existem muitas, muitas possibilidades mesmo. Pessoas podem ser homem ou mulher cisgênero, intersexo, homem ou mulher transgênero, travesvi, não bináries, gênero fluido, agênero, e outras mais. No entanto, quando uma identidade de gênero sai do padrão cis, dificilmente ela é vista e respeitada como tal.

Mas espera... Isso só acontece com seres humanos. Sim. Exatamente por isso tem a imagem com esses robozinhos ali em cima. Certamente já deve ter ouvido falar da Sophia, da Eva, do Wall-e e do Marvin, caso não tenha, são robôs de obras fictícias com muita personalidade, exceto a Sophia, ela é de verdade, é um robô completamente funcional (dentro dos seus parâmetros de programação).

Então, minha discussão começa aqui. As pessoas se referem ao Wall-e e ao Marvin sempre usando pronomes e artigos masculinos, tratam-no como personalidades irreverentes, o mesmo acontece com Sophia e Eva, sempre tratadas no feminino e com grande admiração. Sophia tem até cidadania saudita. Essas máquinas são humanizadas, são adoradas, idolatradas e citadas em toda parte como se fossem reais, como se fossem vivas, como se fossem, ume de nós.

No entanto, quando uma pessoa trans expressa sua identidade de gênero, enfrenta inúmeras dificuldades de aceitação, enfrenta preconceito e exclusão. Por que os humanos humanizam uma pilha de metal e fio e desumanizam um semelhante?

Robôs não possuem cromossomos, dna, vida, alma, não respiram, não possuem mitocôndrias e nem consciência. Ainda assim, vejo que é mais fácil uma pessoa respeitar a identidade de gênero de um robô e chamá-lo pelos pronomes, artigos e nome social de sua preferência do que fazer isso com seres humanos. Será que você consegue perceber algo aqui? O fato de a sociedade aceitar a identidade do robô não tem a ver com experiências individuas, mas sim coletivas. Existe um pensamento padrão disseminado que robôs são quase humanos, ou até melhor que nós. E o mesmo pensamento marginaliza, diminui e invisibiliza a existência de pessoas trans.  

Somos dominades por um discurso transfóbico que se espalha em nosso imaginário com mensagens subliminares e até argumentos claros, e nós enquanto humanidade, aceitamos de bom grado eliminar a identidade de um ser humano para entregá-la a uma monte de metal e fios.

Personagens como os citados acima, são amados. Por que com as pessoas trans tem que ser diferente? Não existe argumento que justifique a humanização de máquinas enquanto tratam pessoas como lixo.

Ouço pessoas atribuindo características humanas à Sophia, como: simpática, inteligente, carismática, e educada. Então, essas características são todas humanas, e a Sophia não é humana, portanto, ela não é nada disso. Não passa de metal, fios, e chips programados. Inteligente é a equipe por trás do projeto que deu origem à "ela". 

Se você é capaz de respeitar a identidade de uma personagem fictícia ou de um robô, você também é capaz de respeitar a identidade das pessoas transgêneros.

Beijos da Pri ^^ !!!!


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